Consórcio ou financiamento imobiliário: qual a melhor opção?

Consórcio ou financiamento imobiliário: qual a melhor opção?

Viva Real Publicado em 05/09/2016
Tempo de leitura 6 min

Pagar à vista, sem dúvida, é a melhor forma de comprar um imóvel. Afinal, além de ficar livre de dívidas, a pessoa também tem um poder de negociação mais forte. Porém, nem todo mundo tem o poder de pagar todo o valor de um imóvel. É para esses casos que existem as alternativas do consórcio de imóvel e do financiamento imobiliário.
Mas quais são as vantagens e as desvantagens de cada sistema? Qual das opções é a mais indicada? As respostas para essas perguntas estão a seguir. Confira!

Consórcio de imóvel

O consórcio é uma invenção brasileira da década de 1960, que foi criada para financiar a compra de carros, mas que acabou se estendendo para todos os mercados, inclusive o imobiliário.
Por meio dele, são formados grupos de pessoas com o mesmo interesse de compra que se cotizam para compor um caixa único. Este servirá, de tempos em tempos, para a aquisição daquilo que se pretende.
Como são muitas as pessoas que participam do grupo, para definir que tem terá direito à carta de crédito, o documento representativo do valor da compra, são adotados dois sistemas:

  • As cotas são sorteadas: Leva a carta de crédito quem sair vencedor.
  • São realizados espécies de leilões: Neles, as pessoas podem dar lances que equivalem ao adiantamento de um determinado número de parcelas. Ganha quem der o lance mais elevado.

Se a carta de crédito não sair nem por sorteio nem por lance, a contemplação só será feita no encerramento do grupo, o que pode levar anos para acontecer.
Dessas características surgem as vantagens e as desvantagens do consórcio, que serão de acordo com o interesse ou com a necessidade de compra de cada um.

Incerteza

Se a pessoa que precisa comprar o imóvel oferecer o suficiente para dar um lance vencedor, ótimo. Assim, ela poderá lançar mão da carta de crédito e partir para o mercado para buscar o que deseja. Caso contrário, ela terá que depender da sorte para ter a cota contemplada e receber o direito, o que pode levar muitos meses.
Em caso extremo, se a pessoa nunca for sorteada, esse tempo pode se estender até o encerramento do grupo, o que levará anos. Essa situação não é nada conveniente para quem tem urgência de se mudar.

Custo mais baixo

Por outro lado, quem opta pelo consórcio paga menos pelo imóvel, em comparação a um financiamento. Isso porque, no consórcio, cobra-se apenas uma taxa de administração, calculada sobre a carta de crédito, que é acrescida nas parcelas mensais.
Já o financiamento imobiliário, como veremos adiante, inclui os juros cobrados pelas instituições financeiras, além de taxas e de seguros.

Poder de compra

Quem tem uma carta de crédito em mãos tem o mesmo poder de compra que teria se tivesse o dinheiro total para o pagamento do imóvel, uma vez que o documento tem total liquidez no mercado. Assim, a pessoa pode pedir descontos, o que torna a negociação utilizando um consórcio ainda mais interessante.

Financiamento de até 100% do valor do imóvel sem burocracia

Qualquer pessoa pode comprar uma cota de consórcio e, para permanecer habilitada para os sorteios e para dar lances, basta que ela mantenha os pagamentos em dia. Ou seja, não há qualquer burocracia no sistema.
Ainda, vale a pena destacar que o consórcio pode financiar até 100% do valor do imóvel desejado, o que não acontece com o financiamento imobiliário.

Financiamento imobiliário

O crédito imobiliário é uma linha de financiamento concedida pelos bancos com a finalidade de financiar a compra de imóveis de qualquer natureza, sejam eles residenciais, comerciais ou para outro tipo de uso. Porém, os imóveis residenciais recebem linhas específicas de financiamento, que têm características definidas para cada perfil de público.
Existem muitas opções de programas de financiamento. Uma delas é o programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, destinado à aquisição de imóveis por famílias com renda mensal de até R$ 6,5 mil. O programa oferece subsídios na compra ou taxas de juros mais baixas do que as demais opções.
Há também o Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que permite a aquisição de imóveis com valores até R$ 750 mil no Distrito Federal e nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais e até R$ 650 mil nos demais estados da União. Outra opção é o Pró-Cotista, que tem regras semelhantes às do SFH, mas que se destina exclusivamente aos assalariados que optam pelo recolhimento do FGTS.
Ainda, existem também o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), que permite a compra de imóveis com valores superiores aos do SFH, mas que também tem juros mais altos, que variam de banco para banco.

Compra imediata

Desde que cumpra as regras do financiamento e todas as exigências da instituição financeira, em relação à comprovação da capacidade de pagamento das parcelas e de não ter nenhum impedimento para contrair a dívida, qualquer um pode adquirir um financiamento imobiliário. Cumpridos os prazos de análise de crédito, a pessoa recebe o dinheiro para pagar o imóvel que ela já escolheu, o que permite que ela faça a compra imediata.
Isso faz com que o financiamento imobiliário seja mais interessante para quem precisa se mudar logo ou em um espaço de tempo mais curto e não quer contar com a sorte ou dar lances, como ocorre com o consórcio.

Juros, seguros e taxas

Contudo, como qualquer empréstimo, quem contrai um financiamento imobiliário deve pagar os juros cobrados sobre o valor emprestado. Além disso, são cobrados seguros e outras taxas. Somando tudo, o custo final do financiamento é mais alto do que o do consórcio.

Limites

Além disso, os financiamentos são limitados a um percentual do valor do imóvel. No caso do SFH esse percentual é de até 90% do imóvel novo e 80% do imóvel usado. Sendo assim, será necessário ter dinheiro vivo para arcar com o pagamento do restante do imóvel, uma quantia considerável.
Diante das duas alternativas, você precisa avaliar qual é a que mais atende às suas condições financeiras e a sua urgência para receber o imóvel. Se você tem tempo para fazer uma compra de longo prazo, capital para dar um lance vencedor ou se quer contar com a sorte, o consórcio é uma boa alternativa.
Por outro lado, se você tem urgência para se mudar, não gosta de sorteios e não tem capital para dar de lance, que na maioria das vezes supera o valor que você teria que dar de entrada em um imóvel financiado, o financiamento imobiliário será a melhor escolha.
E você, o que pensa sobre consórcios e financiamento imobiliário? Compartilhe a sua opinião deixando um comentário abaixo!